terça-feira, 18 de janeiro de 2011


Hoje me disseram tanta coisa e nada...
Me deixa sozinha. No meu canto. Só um pouquinho. Só pra eu poder chorar em paz.
Só pra eu ficar ali, agachadinha abraçada ao meu joelho, pensando... pensando e orando pra tudo isso passar logo.
Deixa eu ficar sozinha até meu rosto ruborescer e meus cabelos molharem nas lágrimas.
Me deixa sozinha pra gritar e desatar esse nó que eu tenho na garganta. Afrouxar esse aperto no peito. E sanar todas as minhas dúvidas. Que são tantas.
Me deixa quietinha só um pouco. Só o suficiente pra eu entender o que tá acontecendo. Ou pra eu entender que nunca vou conseguir entender nada disso.
Me deixa sozinha pra pensar em você. Pensar e chorar e me arrepender. Quero só um tempinho pra mim. Pra tentar compreender por que tudo é tão complicado. Por que não tenho o controle. Por que não fazer o que tenho vontade...
Me deixa sozinha pra sentir ódio de mim. Pra sentir pena de mim. Pra sangrar. Pra sofrer. Eu preciso me ferir ainda mais. Preciso me castigar. E me cobrar. Me cobrar muito, assim como todos fazem.
Quero ficar sozinha. Quero ter o direito de fraquejar, mesmo que por alguns instantes. Poder sentir que o mundo não me pertence.
Me deixa sozinha só um pouquinho. Pra eu me desesperar quando olhar pro lado e não te ver. Me deixa sozinha pra morrer... morrer devagarinho e sorrindo. Me deixa sozinha pra ressurgir.
Quero estar sozinha quando os soluços acabarem. Quando a fresta de luz começar a entrar. Quero olhar no espelho e ver somente o meu rosto refletido, exausto e sereno... com a única certeza de que, na verdade, eu nunca quis que me deixasse sozinha...
Texto de Fernanda Marchioretto, adaptado por Amanda.

sábado, 15 de janeiro de 2011

"Quem disse que eu parei de escrever? Minha inspiração não falhou, não sei muito bem do seu paradeiro, mas ando atrás dela. Sei que só depois de aprender a infância na juventude expressarei melhor meus sentimentos, sendo assim...
Quero ser como criança, coração puro mesmo cheia de defeitos. Cia não se vá cedo, toma mais um café, senta nessa cadeira e me conhece mais."

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Continuo escrevendo...


Antes de tudo, quero agradecer a vida por ser minha amiga todos esses longos 20 anos, quero parabenizá-la por me aguentar nos meus dias de chatice... Quero agradecer ao meu Pai por essa vida...
Deixa eu falar um segredo, ontem gastei todo meu dinheiro, todos os meus guardados, vendi a velharia e torrei tudo pra comprar um terreno em Marte, longe de tudo... Longe de todos, sem casas, sem terrenos, sem carros, investimento inútil. Do que adianta continuar escrevendo sem as pessoas pra arquitetar toda a história? Elas são tão necessárias a mim quanto a bola ao futebol. Podem te tirar uma perna, um braço, uma mão, mas se te tirarem as pessoas, te tiram o amor, te tiram a alma... Ou você não acha que se prova o amor a Deus amando seu próximo? Pois é... É o próximo que te aprova ou reprova, é a incógnita que você tem que descobrir, é o mundo em que você vive...
Me espanta a ousadia de escrever, palavras se organizam, se orquestram, e formam uma música linda, tudo se escreve, menos o amor. Se tenta, mas não se escreve, se busca e acha, mas não se detalha. Simplesmente porque as pessoas amam diferente, expressam diferentemente o mesmo sentimento. O importante é a sintonia, se se ama mais ou menos pouco importa quando se ama sem querer nada em troca.
Mesmo distante quero escrever, continuo a história que me faz amiga da vida, que me faz achar a folha perdida por aquele que não suporta o amor.